[Wyckoff 4] Spring, Upthrust, Clímax e outros eventos: como identificar armadilhas e oportunidades no gráfico

O mercado adora pregar peças. Às vezes parece que está tudo certo para subir e ele despenca. Em outras, parece tudo pronto para cair e ele dispara. Essas movimentações não são aleatórias. Muitas vezes, são movimentos planejados pelos grandes players para enganar, limpar o caminho e então seguir na direção que realmente interessa. Entender eventos como Spring, Upthrust e Clímax ajuda a não cair nessas armadilhas — e melhor, a aproveitar boas oportunidades.

Acumulação: Fases

Distribuição: Fases

Vamos começar pelo Clímax. Ele marca o fim de uma tendência forte. No final de uma alta prolongada, pode aparecer o Clímax de Compra. O preço dispara, o volume explode e parece que não tem mais limite para subir. Mas por trás desse entusiasmo está a última cartada dos grandes para vender suas posições. Quem entra nesse momento, guiado pela euforia, geralmente compra no topo. O Clímax de Venda é o oposto. O mercado despenca, o volume estoura e parece que nunca mais vai subir. É nesse desespero que os grandes aproveitam para comprar dos que estão saindo a qualquer preço.

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Depois do Clímax, é comum vermos o que se chama de Teste. O mercado volta próximo à região onde houve o movimento extremo, mas dessa vez com volume mais baixo. Isso mostra se ainda há força na direção anterior. Se o preço chega até lá e o volume é fraco, significa que aquela pressão não existe mais. Esse teste ajuda a confirmar se a reversão está a caminho ou se foi apenas um respiro.

O Spring é um dos eventos mais poderosos em contextos de acumulação. Imagine o preço lateralizado por um tempo, preso entre suporte e resistência. De repente, ele rompe para baixo, assusta todo mundo e logo em seguida volta para dentro da faixa. Isso é o Spring. O movimento para baixo é rápido e agressivo, mas falha. Ele serve para tirar os últimos compradores impacientes, ativar stops e, ao mesmo tempo, entregar liquidez para os grandes players. Logo após esse susto, o preço volta a subir com força.

O Upthrust é o contrário do Spring. Ele aparece em contextos de distribuição. O preço rompe para cima, parece que vai embora, e logo depois volta para dentro da faixa. Quem compra nesse rompimento geralmente é o trader atrasado. Enquanto isso, os grandes estão vendendo para esses compradores e saindo da posição. Assim como o Spring, o Upthrust também é uma armadilha — só que para quem está empolgado com a alta.

Esses eventos são como pistas deixadas no gráfico. Quando bem interpretados, mostram que algo importante está acontecendo nos bastidores. O mais interessante é que eles não aparecem isolados. Estão sempre dentro de um contexto maior. Um Spring faz sentido depois de uma fase de lateralização com volume caindo. Um Upthrust é mais confiável quando vem após um rali forte e um volume crescente. O Clímax é mais nítido quando acontece depois de uma longa tendência.

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Saber reconhecer esses sinais ajuda não apenas a evitar erros, mas também a ganhar confiança nas entradas. Ao invés de operar com base em emoção, você começa a agir com base em lógica e observação.

O gráfico é como uma história sendo contada em tempo real. Esses eventos são os momentos de virada, os pontos de virgulatura onde algo muda. Quanto mais você treina o olhar para identificá-los, mais cedo você percebe para onde o mercado está se inclinando.