O preço importa (e muito): como encontrar zonas onde o mercado tende a reagir
- Nilson Marcelo

- 21 de jun.
- 3 min de leitura
Muita gente entra em uma operação simplesmente porque o gráfico “parece bom”. O candle engolfou, o rompimento veio, o volume aumentou. Tudo parece certo, menos um detalhe essencial: onde o preço está.
No mercado, o lugar onde o preço se encontra no gráfico é tão importante quanto o padrão que ele está formando. Você pode ter o melhor sinal do mundo, mas se ele acontece em uma região sem contexto técnico, as chances de funcionar caem drasticamente.
É por isso que entender zonas de preço significativas faz toda a diferença.
O que são zonas relevantes de preço?
São regiões onde o mercado, historicamente, teve algum tipo de reação importante: parou, reverteu, congestionou ou acelerou. Essas zonas não são adivinhação. Elas são visíveis no gráfico. O segredo é saber identificá-las com método.
Algumas das mais importantes:
Topos e fundos anteriores
Retrações de Fibonacci (como 38,2%, 50% e 61,8%)
Regiões de consolidação passada
Gaps
Médias móveis longas (como a de 200 períodos)
Áreas de pivôs rompidos
Exemplo prático com VALE3
Vamos supor que VALE3 subiu de R$ 62 até R$ 72 em um rali forte. Depois começa a corrigir. Você traça uma retração de Fibonacci e percebe que os níveis de 50% e 61,8% estão entre R$ 66 e R$ 67. Coincidentemente, ali também havia um topo anterior rompido.
Essa é uma zona de confluência de preço. Se o papel chega ali, forma um candle de reversão e mostra aumento de volume, você tem um ponto claro para buscar compra. O stop fica abaixo da região e o alvo pode ser projetado com base na última perna de alta.
Essa entrada tem lógica. Está baseada em preço técnico, e não em achismo.
Evite o meio do nada
Um erro comum é entrar em operações no “meio do gráfico”, onde não há nenhuma referência técnica clara. O trader compra PETZ3 porque “rompeu a média de 21” mas não percebe que está no meio de uma zona onde o papel já oscilou várias vezes sem direção. Resultado: o trade não anda, o stop aperta e a frustração aparece.
Entradas feitas longe de zonas técnicas têm menor chance de sucesso e maior chance de ruído.
O papel das retrações de Fibonacci
Fibonacci funciona? Sim, mas não como mágica. O que realmente importa é como o preço reage quando chega nas retrações. Os níveis mais usados são:
38,2%: retração leve, comum em tendências muito fortes
50%: região média, bastante observada por traders
61,8%: onde muitas correções se encerram, conhecida como a “zona de ouro”
Exemplo com mini índice (WINFUT):
Se o índice subiu 2.000 pontos e começa a corrigir, traçar uma retração pode te mostrar onde ele tende a segurar. Se houver confluência com um fundo anterior ou média de 200, e o mercado dá sinais de retomada, essa é uma oportunidade mais estruturada de entrada.
Quando o preço ganha ou perde força
Outra coisa importante: o preço costuma ganhar velocidade quando rompe zonas importantes com volume. Se um suporte que segurou várias vezes é perdido, muita gente estopa e o mercado acelera. O mesmo acontece com rompimentos de topos com resistência acumulada.
Use essas zonas também como referência para alvos. Se você entrou comprado em BRFS3 e vê que há um topo anterior bem definido 6% acima, esse pode ser um excelente ponto para reduzir posição ou encerrar o trade.
Resumo prático
Antes de entrar em qualquer operação, pergunte-se:
O preço está se aproximando de uma zona técnica importante?
Há confluência com retrações, topos, fundos ou médias?
O mercado reagiu com força nessas regiões anteriormente?
Há sinais claros de entrada nessa zona (candle, volume, momentum)?
O stop está bem posicionado em relação ao risco?
Se as respostas forem positivas, você está operando com contexto, não no escuro.


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