Saída eficiente: o lucro não está na entrada, está no gerenciamento
- Nilson Marcelo

- 22 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de jun.
Muita gente estuda entrada, testa setup, busca confirmação. Mas quando o trade começa a andar, trava. O que era uma boa operação vira um lucro devolvido, ou pior: uma reversão inesperada que vira prejuízo.
Entrar é importante. Mas é na saída que o lucro se consolida.
Por isso, traders consistentes têm um plano claro de gestão da posição. Eles não esperam “ver o que acontece”. Eles sabem o que fazer se o preço andar, se travar ou se voltar.
3 perguntas que todo trader deveria fazer após a entrada
1. Onde encerro se o trade andar a meu favor?
2. Onde encerro se o trade falhar?
3. E se o preço andar, mas não chegar no alvo de uma vez?
Essas perguntas definem a base da gestão da posição. A resposta para elas evita decisões emocionais, reduz o peso psicológico e protege seus ganhos.
Vamos detalhar cada uma.
1. Onde encerrar se o trade for favorável?
Você precisa definir o alvo antes mesmo de entrar na operação. Ele pode ser baseado em:
O fundo ou topo anterior
Uma projeção de Fibonacci (como 100% da perna anterior)
Um alvo de razão risco/retorno (por exemplo, 2:1)
Uma zona de resistência técnica próxima
Exemplo com PETZ3:
Você comprou após uma correção até a retração de 50%, com entrada ativada por candle de reversão. O fundo anterior está em R$ 5,50 e o topo em R$ 6,10. Seu alvo pode ser entre R$ 6,00 e R$ 6,10, onde há resistência visível.
Se o preço chegar lá com força, você realiza o lucro total ou parcial. Se você não tiver um plano, o mercado vai tomar essa decisão por você.
2. Onde encerrar se o trade der errado?
O stop técnico deve ser posicionado onde a leitura do trade perde o sentido. Não é onde “fica confortável”, mas onde a estrutura foi invalidada.
No exemplo acima, se o candle de entrada tem mínima em R$ 5,28, e essa mínima for perdida, o padrão falha. O stop pode estar em R$ 5,26. Não importa se são 3%, 4% ou 5% de prejuízo. O importante é que você sabia o risco desde o início.
3. E se o preço andar mas não chegar no alvo direto?
É aí que entra o gerenciamento ativo da posição. Existem várias formas de fazer isso:
a) Redução parcial
Você realiza parte do lucro ao atingir um primeiro objetivo (como 1:1 de risco/retorno), e segura o restante até o alvo final.
Exemplo com WIN:
Você entra com 2 contratos. O risco é de 200 pontos. Quando o preço anda 200 pontos, zera 1 contrato. O segundo contrato fica com stop no zero (ou abaixo da mínima mais recente). Se andar mais, ótimo. Se voltar, você já garantiu metade do lucro.
b) Trailing stop (stop móvel)
Você ajusta o stop conforme o preço evolui. Pode ser:
Abaixo da mínima do candle anterior
Abaixo de uma média móvel curta (como a de 9 períodos)
A cada 1:1 de risco alcançado
Essa técnica protege o lucro e mantém a posição viva caso o movimento acelere.
c) Fechamento técnico
Você encerra a posição se o preço deixar um candle de reversão no sentido contrário ou se o volume indicar exaustão. Isso exige leitura mais refinada, mas permite capturar o máximo possível de movimento sem devolver tudo.
Qual estratégia usar? Depende do seu perfil.
Quem prefere segurança costuma usar redução parcial com stop no zero
Quem busca grandes movimentos usa trailing stop com espaço para volatilidade
Quem opera de forma mais conservadora costuma encerrar tudo no primeiro alvo técnico
O mais importante é ter um plano claro antes de entrar. Gestão de saída sem critério vira ansiedade, e ansiedade derruba resultados.
Resumo prático
Ao entrar em uma operação:
Defina alvo técnico (topo/fundo, projeção ou zona de resistência)
Posicione o stop técnico onde o trade deixa de fazer sentido
Planeje o que fazer caso o preço avance, trave ou recue
Escolha entre redução parcial, trailing stop ou encerramento completo
Siga o plano. Nada de ajustar stop porque “parece que vai voltar”.


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