Tendência ou correção? Descubra o que o preço está fazendo antes de apertar o botão de compra
- Nilson Marcelo

- 21 de jun.
- 3 min de leitura
Um dos maiores erros que um trader pode cometer é confundir uma correção com o início de uma tendência. Ou pior: achar que o preço está em tendência quando, na verdade, está apenas oscilando de lado sem direção clara.
Saber diferenciar tendência de correção é o que separa quem entra com convicção de quem entra no susto. É também o que evita compras no topo e vendas no fundo — aqueles erros clássicos que geram frustração e prejuízo.
O que é uma tendência?
Uma tendência é um movimento com direção clara e estrutura bem definida. Na tendência de alta, vemos topos e fundos ascendentes. Na de baixa, topos e fundos descendentes. Pode parecer básico, mas muita gente se perde no calor do momento e tenta comprar uma “alta” que, na verdade, é só um repique dentro de uma queda maior.
Exemplo prático:
Você abre o gráfico da VALE3 e vê que ela caiu por cinco dias seguidos, mas agora subiu por dois candles. O impulso dá vontade de comprar achando que é reversão. Mas ao olhar mais de perto, percebe que esse movimento de alta está dentro de uma sequência de topos e fundos descendentes. É só uma correção. Se entrar comprado, corre o risco de estar comprando para o mercado cair de novo logo em seguida.
E o que é uma correção?
Correção é um respiro temporário contra a direção principal. Pode vir em forma de lateralização (preço andando de lado) ou uma pequena alta/diminuição dentro de uma tendência contrária. Saber reconhecer uma correção permite que você aguarde o momento certo para entrar com risco mais controlado.
Exemplo com o mini dólar (WDO):
O preço está em tendência de baixa no gráfico de 60 minutos. Em algum momento, sobe por 3 candles, sem romper nenhum topo anterior e com baixo volume. Isso é uma correção. O trader mais atento entende que aquilo é uma oportunidade de venda e não um sinal de reversão.
Como identificar se é tendência ou correção?
Aqui vão alguns sinais práticos:
1. Estrutura dos candles:
Tendência: movimento limpo, com avanço constante na mesma direção
Correção: sobreposição de candles, indecisão, sombras longas e corpo pequeno
2. Volume:
Tendência: volume crescente na direção do movimento
Correção: volume mais fraco, muitas vezes sem interesse institucional
3. Padrões clássicos:
Tendência: impulsos em 5 ondas, rompendo estruturas anteriores
Correção: padrões ABC, bandeiras, triângulos, movimentos laterais
4. Alinhamento com o tempo gráfico maior:
Se o gráfico de 15 minutos está subindo, mas o gráfico de 60 minutos mostra queda forte, provavelmente é uma correção de curto prazo dentro de uma tendência maior de baixa.
Uma regra simples que pode evitar muitos erros
Se você está em dúvida se é tendência ou correção, olhe os topos e fundos anteriores. Se o preço não rompeu o topo anterior em uma alta, ou não rompeu o fundo anterior em uma queda, provavelmente ainda está corrigindo.
Exemplo com PETR4:
Ela cai forte de R$ 40 para R$ 36. Depois sobe até R$ 38. Muita gente já vê isso como “recuperação”. Mas se ela não romper R$ 40, esse movimento é apenas um repique dentro da tendência de baixa. Se você compra aqui achando que é reversão, pode estar apenas comprando um pullback perfeito para os vendidos entrarem mais fortes.
O melhor momento para operar tendências
É quando você identifica que o mercado está em uma correção dentro de uma tendência forte e consegue pegar o momento em que ele retoma o movimento principal.
Esse ponto geralmente acontece:
Com o preço em uma zona de retração técnica (como 50% ou 61,8% de Fibonacci)
Após o padrão corretivo se completar (como um ABC)
Quando o volume começa a aumentar de novo
E com o momentum do tempo maior ainda apontando na direção da tendência
Unindo esses fatores, você passa a enxergar o que a maioria não vê: o momento certo de agir, enquanto o mercado ainda está indeciso.
Conclusão
Entender se o mercado está em fase de tendência ou correção evita entradas erradas, aumenta a precisão dos seus trades e coloca você em posição de agir com confiança. Esse é o segundo pilar da alta probabilidade. Sem ele, todo o resto fica instável.


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