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Principais Conceitos e Termos Básicos do Mercado de Ações

Antes de começar a investir no mercado de ações, é crucial entender alguns dos principais conceitos e termos utilizados no dia a dia dos investidores. Conhecer esses fundamentos não apenas aumenta sua confiança ao tomar decisões de investimento, mas também ajuda a compreender melhor o comportamento dos mercados. Neste capítulo, vamos explorar o que são ações, os tipos existentes, índices de mercado, o processo de oferta pública inicial (IPO) e a distribuição de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).


O que São Ações?

Ações são títulos emitidos por empresas que representam pequenas parcelas do seu capital social. Ao adquirir uma ação, o investidor se torna sócio da empresa, o que lhe dá direito a participar de seus lucros (por meio de dividendos ou JCP) e votar em assembleias, dependendo do tipo de ação adquirida.


As ações são, basicamente, uma forma das empresas captarem recursos. Em vez de buscar empréstimos em bancos ou emitir títulos de dívida, as empresas vendem partes de sua propriedade para investidores em troca de capital. Esse dinheiro é geralmente utilizado para expandir operações, desenvolver novos produtos, pagar dívidas ou melhorar a estrutura da empresa.


Tipos de Ações

No Brasil, há três tipos principais de ações negociadas na bolsa de valores: ações ordinárias (ON), preferenciais (PN) e ações do tipo UNIT. Cada tipo oferece diferentes direitos e benefícios ao acionista.


1. Ações Ordinárias (ON - final 3)

As ações ordinárias conferem ao acionista o direito de voto nas assembleias gerais da empresa. Ou seja, ao comprar ações ordinárias, você pode influenciar as decisões estratégicas da companhia, como a eleição de membros do conselho de administração ou a aprovação de fusões.


Os detentores de ações ordinárias também possuem o direito ao Tag Along, que garante ao acionista uma proteção em caso de venda do controle da empresa, recebendo ao menos 80% do valor pago ao controlador.


2. Ações Preferenciais (PN - final 4)

As ações preferenciais, por outro lado, não conferem o direito de voto, mas oferecem prioridade no recebimento de dividendos. Isso significa que, em caso de distribuição de lucros pela empresa, os acionistas preferenciais recebem antes dos acionistas ordinários. Além disso, em caso de liquidação da empresa, eles têm prioridade na devolução de seu capital investido.


3. Ações UNIT (final 11)

As ações UNIT são um tipo especial de ação negociada no mercado brasileiro, compostas por um pacote de ativos que pode incluir tanto ações ordinárias quanto preferenciais. Ou seja, quando você compra uma UNIT, está adquirindo uma combinação de ONs e PNs.


As empresas utilizam o formato UNIT para aumentar a liquidez de suas ações no mercado. Um exemplo famoso no Brasil é o código SANB11, que representa ações UNIT do Banco Santander, compostas por ações ordinárias e preferenciais.


Esse tipo de ação é vantajoso para investidores que desejam ter participação em ambas as classes de ações (ON e PN) sem precisar comprá-las separadamente. É uma opção interessante para quem busca uma diversificação maior dentro da mesma empresa.


Índices do Mercado

Os índices de mercado são ferramentas importantes para investidores e analistas, pois medem o desempenho de um grupo específico de ações e oferecem uma visão geral sobre o comportamento do mercado como um todo. Os índices são compostos por uma seleção de ações que compartilham certas características, como serem de grandes empresas ou representarem um setor específico da economia.


1. IBOVESPA (Índice Bovespa)

O IBOVESPA é o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3). Ele mede o desempenho das ações mais negociadas e representativas do mercado brasileiro, compondo-se por uma cesta de ações que refletem aproximadamente 80% do volume financeiro negociado na bolsa.


O IBOVESPA é frequentemente utilizado como um indicador de confiança dos investidores na economia brasileira. Se o índice está subindo, isso geralmente reflete otimismo e expectativa de crescimento econômico. Se está caindo, pode indicar preocupação com o desempenho das empresas e da economia.


2. Índice de Small Caps (SMLL)

O Índice Small Caps (SMLL) é composto por empresas de menor capitalização de mercado, conhecidas como small caps. Essas empresas, em geral, possuem maior potencial de crescimento, mas também apresentam maior risco devido à sua menor estabilidade financeira e menor liquidez de mercado.


O SMLL é um indicador importante para quem deseja investir em empresas emergentes ou que estão fora do radar das grandes instituições financeiras. Investir em small caps pode ser uma forma de obter retornos superiores, embora o risco seja mais elevado, pois essas empresas podem ser mais vulneráveis a crises econômicas e instabilidades do mercado.


3. IBrX-100 (Índice Brasil 100)

O IBrX-100 é um índice que mede o desempenho das 100 ações mais negociadas e com maior valor de mercado na B3. Diferente do IBOVESPA, que se concentra nas ações de maior volume financeiro, o IBrX-100 abrange uma gama mais diversificada de empresas, considerando o valor de mercado das companhias listadas.


O IBrX-100 é uma boa referência para quem deseja acompanhar o desempenho de um grupo mais amplo de empresas brasileiras, incluindo aquelas com alta liquidez e relevância econômica, mas que podem não estar entre as maiores do IBOVESPA.


Oferta Pública Inicial (IPO) e Como Empresas Entram na Bolsa

Para uma empresa ter suas ações negociadas na bolsa, ela precisa abrir seu capital por meio de uma Oferta Pública Inicial (IPO – Initial Public Offering). O IPO é o processo pelo qual uma empresa privada decide se tornar uma empresa pública, oferecendo suas ações pela primeira vez ao público.


Durante o IPO, a empresa define o preço das ações e a quantidade de ações que serão disponibilizadas para os investidores. Geralmente, uma empresa recorre a um IPO quando deseja captar recursos para expandir seus negócios, desenvolver novos produtos ou reduzir dívidas.


O processo de um IPO é composto pelas seguintes etapas:

  1. Preparação: A empresa contrata bancos de investimento e advogados para preparar o IPO. Nesta fase, a empresa revisa seus números financeiros, estrutura de governança e faz ajustes necessários para atender às exigências do mercado de capitais.

  2. Registro: A empresa solicita registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, ou à SEC nos EUA, para obter permissão de negociar suas ações publicamente.

  3. Precificação: Uma vez que a empresa está registrada, os bancos de investimento ajudam a definir o preço por ação com base na demanda estimada e nas perspectivas de crescimento da empresa.

  4. Lançamento: No dia do IPO, as ações são colocadas à venda na bolsa de valores. Investidores que compram essas ações se tornam acionistas e, a partir de então, a empresa passa a ser pública, com suas ações negociadas no mercado secundário.


Dividendos e JCP (Juros Sobre Capital Próprio)

Quando uma empresa gera lucro, ela pode optar por reinvesti-lo em suas operações ou distribuí-lo aos acionistas. As duas principais formas de distribuir esse lucro no Brasil são por meio de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).


1. Dividendos

Dividendos são parcelas dos lucros de uma empresa distribuídas aos acionistas. As empresas estabelecem uma política de dividendos que define quanto dos lucros será pago aos acionistas e com que frequência isso ocorrerá (trimestral, semestral, anual).


Os dividendos são isentos de Imposto de Renda para o investidor no Brasil, tornando-os uma fonte atrativa de renda passiva. Empresas maduras e estáveis, como bancos e companhias de energia, são conhecidas por distribuir dividendos regulares.


2. Juros sobre Capital Próprio (JCP)

O JCP é uma forma alternativa de distribuição de lucros. Ao contrário dos dividendos, o JCP é contabilizado como uma despesa para a empresa, o que permite que ela deduza o valor do imposto de renda corporativo. No entanto, o acionista que recebe JCP paga imposto de renda de 15% sobre o valor recebido.


Embora o JCP seja tributado para o acionista, muitas empresas optam por essa forma de distribuição por ser financeiramente mais vantajosa para a companhia.


Conclusão

Neste segundo capítulo, cobrimos os principais conceitos e termos básicos que todo investidor deve entender antes de entrar no mercado de ações. Agora que você já sabe o que são ações, os diferentes tipos de ações, o funcionamento de IPOs e a importância dos índices de mercado, além da distribuição de lucros, está mais preparado para seguir sua jornada como investidor. Nos próximos capítulos, aprofundaremos em análise de ações e estratégias de investimento para que você possa começar a construir sua própria carteira de investimentos.

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